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A cigarrada do presidente da ASAE

2008/01/3

Grande bruáá pelas terras lusas porque o presidente da ASAE foi fotografado no réveillon do Casino Estoril, já depois das zero horas, a puxar umas fumaças de um cigarro, cigarrilha, charuto ou o que quer que fosse.

Os argumentos formais estão correctíssimos (a lei do tabaco, que não festeja passagens de ano, começara a vigorar às zero horas). As explicações do visado não foram as mais felizes, ao que parece abrindo um contencioso com a D-G de Saúde sobre a interpretação da lei. Esse problema será resolvido para um lado ou para outro. Mas não é isso que me interessa agora.

Entre os que se atiraram ao presidente da ASAE os argumentos foram de todos os tipos (que tem uma lei só para ele, que anda a perseguir os vendedores de castanhas e a ginjinha mas ele pode fazer o que quiser, que num país civilizado já se tinha demitido ou o teriam demitido, etc.).

É claro que se há lei é para se cumprir. Mas não custa muito dar a volta e apresentar o seguinte raciocínio: o réveillon começou, com certas regras, a 31 de Dezembro, e já se sabia que ia entrar pelas primeiras horas de 1 de Janeiro. As pessoas não disseram “hoje e amanhã tenho o réveillon”, terão dito “hoje é o réveillon” (e hoje referia-se a 31 de Dezembro). Bebeu-se, fumou-se, dançou-se até às zero horas. Nesse preciso momento abriram-se as garrafas de champanhe, comeram-se as passas, subiu-se às cadeiras (ou seja lá o que se costuma fazer nessa altura), beijaram-se os próximos etc. Quando se desce da cadeira, se engoliram as passas, se pede desculpa ao vizinho da frente por lhe ter acertado com a rolha do Veuve Cliquot no olho, atenção!, esta já não é a mesma festa! Já não se pode beber! Não, não é essa a lei, desculpem, já não se pode fumar, assim é que é!

Deixemo-nos de hipocrisias.

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